quinta-feira, 25 de agosto de 2011

- STENCIL ART -















CURSO DE APRENDIZAGEM: DESENHISTA DE PRODUTO DE MODA SENAI SC - UNIDADE INDAIAL
IDADE MÉDIA DA TURMA: 16 anos
Trabalhos apresentados na disciplina de criatividade plástica - TÉCNICAS ALTERNATIVAS 



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A DESCONSTRUÇÃO DA FORMA: GAETANO PESCE E ALESSANDRO MENDINI


Durante o século XVIII, um conjunto de transformações tecnológicas, sociais e culturais assolou a Europa, em especial a Inglaterra. Denominada de Revolução Industrial, ela conduziu a sociedade antes baseada em um sistema agrícola, a um novo sistema de atividades fabris. Com esse novo sistema de produção, que visava rapidez e uma produção massificada percebe-se uma nova forma de fazer, a divisão do trabalho - onde o papel do artesão que planejava e executava a obra cede espaço a um novo tipo de trabalhador, agora especializado.

Contudo, essa separação contribuiu em nada para a melhoria dos produtos – tanto na qualidade quanto na parte estética, e por esse problema, segundo SOUZA (2001) “surgiu a necessidade de se desenvolver um conceito estético e formal para a produção industrial.” E no inicio do século XX percebeu-se então a grande lacuna entre a produção industrial e a arte - os objetos produzidos em série não possuíam qualidade formal e estética – o que abriu as portas para um novo profissional, que seria encarregado de preencher tal lacuna: o desenhista industrial ou designer.

“Surgiu, em torno dessa época, uma série de agrupamentos artísticos que se intitulavam vanguardas, bem diferentes entre si, mas todos engajados na luta pela afirmação do moderno como princípio norteador da vida e das artes. (…) Várias dessas vanguardas apostaram, desde o início, na importância da indústria, das máquinas e das novas tecnologias para a transformação da arte e da sociedade e, por conseguinte, abraçaram o cinema e o design como meios de expressão em que a criação estava visceralmente ligada a processos industriais de produção.” CARDOSO, 2004


Do Construtivismo russo ao De Stijl holandês, várias foram as vertentes modernistas influenciadas pelo Design. De 1920 a 1960, o Moderno se impôs como escola e ideologia dominante, principalmente após a II Guerra Mundial (1939-1945), onde segundo CARDOSO (2004) “ (...) alçado a uma posição de poder institucional, o Modernismo ingressou em uma segunda fase, conhecida como Estilo Internacional, em que se buscou impor os preceitos estéticos das antigas vanguardas de maneira normativa e monolítica.”

Cansados do engessamento causado pelo estilo vigente até o início de 1960, designers no mundo inteiro começaram criar e a aplicar soluções alternativas, que romperam com os preceitos estéticos do Estilo Internacional. Influenciados por um estilo emergente – a Pop Art – vieram a apropriar-se do mote da desconstrução, conceito elaborado por Jacques Derrida (1930/2004) – de formas e valores – e a Itália com seu cenário de pós-Guerra, com o fortalecimento e a rápida reconstrução industrial, em conjunto com a união entre arquitetos e empresários foi perfeita para isso. E é nesse cenário que surgem os nomes de Alessandro Mendini e Gaetano Pesce , duas referências do design italiano, mesmo que de forma diferenciada, ambos utilizaram-se da desconstrução em suas obras.

Alessandro Mendini, nasceu em Milão em 1931, onde se formou em arquitetura em 1959, iniciou sua carreira trabalhando no Stúdio Nizzoli, adquirindo uma experiência complexa na criação de objetos, edifícios e projetos-piloto. Deixando o Stúdio Nizzoli em 1970, para trabalhar em pesquisa e crítica, veio a tornar-se uma das figuras mais versáteis no mundo do design. Em 1979, junta-se ao grupo Alchimia e torna-se a força motriz das atividades do grupo.

Certos conceitos como o de Re-Design e o Banal Design estão intimamente ligados às suas atividades de pesquisa e investigação. Estes conceitos pode ser observados em suas cadeiras nos estilos de Thonet e Bauhaus. Ao aplicar o conceito da desconstrução em suas obras, Mendini cria um mix entre diferentes culturas e formas de expressão. Ora passeando pelo clássico, desconstruindo cores e padronagens, como em sua série de cadeiras Proust, ora cortejando o lúdico como apresentou em uma coleção de utilidades domésticas desenvolvida para a empresa italiana Alessi, ele nos encanta com seu visual esteta, criativo e critico.

Nascido em 1939 em La Spezia, Gaetano Pesce, é considerado um dos mais versáteis e não-convencionais designers da última metade do século - tem propagado as diretrizes e estruturas do Novo Design Italiano pelo mundo durante toda a sua carreira. Após estudar arquitetura e desenho industrial em Veneza no início da década de 60, passou a produzir continuamente.

Em 1967, deixa a Itália e parte para uma década de viagens pelo mundo. Europa, Ásia e América fizeram parte do roteiro. Com o lançamento da série UP, em 1969, seu trabalho ficou conhecido como "idiossincrático". Composta por sete cadeiras para usos e públicos diferentes, apostava em um design orgânico, com apelo simples e confortável. O grande diferencial, porém, estava no material usado - espuma de poliuretano, comprimida a vácuo - e na apresentação - envelopes de PVC, sendo assim, no exato momento que a pessoa rompia o lacre do envelope, havia uma desconstrução – mesmo que inversa da forma, a poltrona “inflava” e adquiria sua forma funcional.

Com esse espirito anti-convencional e inovador Pesce, nos apresenta uma forma de desconstrução que valoriza a sensação e as formas orgânicas carregadas de linguagem urbana, onde há principalmente a valorização dos materiais alternativos, do “lixo” despejado pelas cidades que é desconstruido em novas formas e funções.
REFERÊNCIAS:

CARDOSO, Rafael O Design Gráfico e sua História (...)
SOUZA, P.L.P. Notas para uma história do design. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2001.
http://www.gaetanopesce.com/gaetanopesce.html (acessado às 13:oo de 20/07/2011)
http://www.alessi.com/en/ (acessado às 16:00 de 22/07/2011)





GAETANO PESCE





ALESSANDRO MENDINI



CRIATIVIDADE PLÁSTICA










CURSO DE APRENDIZAGEM: DESENHISTA DE PRODUTO DE MODA
SENAI SC - UNIDADE INDAIAL
IDADE MÉDIA DA TURMA: 16 anos

Trabalhos apresentados na disciplina de criatividade plástica
 - PROJETO DE PRODUTO BASEADO NA REUTILIZAÇÃO DE MATERIAIS,QUATRO TENDENCIAS (romantica, rustica, contemporanea, vintage) E DOIS TEMAS: FERROVIA E PONTE DOS ARCOS (caracteristicas da cidade)